Krenak

Um rio morto corta o território dos índios Krenak, em Resplendor, Minas Gerais.Quase dois anos após o rompimento da barragem do fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, os krenak tentam entender o desastre e sobreviver à morte do rio Doce. Neste episódio, o desafio de um povo que teve sua cultura material e imaterial roubada, e o cotidiano interrompido pela maior tragédia ambiental do país.

Sem peixes e nem animais que antes serviam de alimento e subsistência para os índios, os krenak precisam enfrentar o peso de um rio assassinado pela poluição e rejeitos vindos do rompimento da barragem da Samarco. As crianças estão perdendo a referência de como era a natureza naquela região e da importância do rio para cultura krenac.

O luto não acaba para o povo que vê todo dia um rio morto passar por seu território. Depressão e tristeza acompanham os krenak. Jovens e adultos buscam respostas para a maior tragédia ambiental brasileira que atingiu suas vidas.

As plantas usadas para fazer medicamentos tradicionais morreram ou estão contaminadas pelos rejeitos tóxicos despejados pela barragem da Samarco, no rio Doce. Sem sua farmácia natural, os krenak passam a depender de remédios químicos.

Desde a chegada dos portugueses na região do vale do rio Doce, os krenak já foram perseguidos, torturados, assassinados, e quase exterminados. Dois anos após a lama da mineradora Samarco soterrar seus modos de vida, os krenak lutam para incorporar a montanha sagrada dos sete salões e mantêm firme a convicção de que a força do seu povo vem do uatu.