1970, auge da ditadura militar no Brasil. Artistas expulsos de um país que também vivia uma ebulição criativa. Para Hélio Oiticica, marginalidade e violência eram bases fundamentais para o artista latino-americano. É com Neville d’Almeida que surge a proposta de Mangue Bangue, filme dado como perdido até 2006, quando sua única cópia foi descoberta intacta no acervo do MoMA.

Uma amizade que atravessou décadas, regida por troca de cartas. “Quem quer a verdade subterrânea das criaturas (...) encontra-a maravilhosamente captada por trás da estória”, disse o poeta sobre os escritos da romancista. Já nas palavras de Lygia, Drummond escreve “acariciando não a cabeleira da fantasia, mas agarrado aos ásperos cabelos do cotidiano”.

Opostos complementares no panorama da literatura realista brasileira. O primeiro, de Alagoas, é árido, sertanejo e preciso. O segundo, do Marajó, é aquático, caboclo e mítico. Contudo, eram ambos amigos e entusiastas um do outro. Talvez exatamente por isso: por serem diferentes dentro de um contexto literário diverso, como é o brasileiro.

Afinal, o que é a liberdade? Para Vinicius, é um rapaz apaixonado, que retoma a poesia e deseja amar, sem limites, como um bom integrante do movimento paz e amor. Para Chico, esse movimento já tinha sido arrastado pelo capitalismo, restando somente as roupas coloridas e folgadas. De hippie, mesmo, só a boutique.