Amistad

Esta incursão do realizador Steven Spielberg num episódio longínquo da história afro-americana narra o julgamento que se seguiu à rebelião ocorrida a 1839 a bordo do navio negreiro espanhol Amistad, captando a complexa intriga política desencadeada por este acontecimento. Filmado em Nova Inglaterra e em Porto Rico, este drama de 152 minutos abre com uma sequência de créditos iniciais que nos mostra a violenta tomada do navio Amistad por parte de Cinque (Djimon Hounsou) e dos restantes africanos. Acabam por ser todos capturados e encarcerados em Nova Inglaterra, onde o escravo liberto Theodore Joadson (Morgan Freeman), considerando que os rebeldes «lutam pela liberdade», se dirige a Baldwin (Matthew McConaughey), advogado especialista em bens imóveis, que tenta provar que os africanos se tratam de «mercadoria roubada» pelo facto de terem sido raptados. Novamente na corrida para a eleição, o Presidente Martin Van Buren (Nigel Hawthorne) revoga a decisão do tribunal de primeira instância a favor dos africanos. O anterior Presidente John Quincy Adams (Anthony Hopkins) está relutante em envolver-se no assunto mas quando o processo chega o Supremo, Adams agita emoções com uma fervorosa defesa. O desenrolar dos acontecimentos remete ocasionalmente o expectador para Espanha, onde a jovem Rainha Isabel (Anna Paquin) brinca com bonecas; viria mais tarde a litigar o processo Amistad com sete presidentes norte-americanos. A personagem interpretada por Morgan Freeman é um composto fictício de várias figuras históricas. Para fins de autenticidade de discurso, os africanos falam o idioma mende, que surge legendado em algumas cenas mas não em todas.